sábado, 1 de julho de 2006

Ta bom

Tá bom! Eu vou escrever!! Faz alguns dias que tem uma vozinha falando dentro de mim que eu devo escrever! Eu relutei, num queria escrever, mas toda vez que eu fico em silêncio, lá vinha ela me dizer que eu tinha que escrever. Então, eu me rendo, vou escrever!!! Satisfeita, vozinha dentro de mim??

Eu passei grande parte da minha vide negando que eu precisasse de alguém. É mais fácil viver quando se tem em mente que somos auto-suficientes, que para ser feliz basta existirmos, que não precisamos de mais ninguém. É uma forma de nos protegermos, de justificar a nossa solidão.Eu sempre fiz isso, e dava certo. As pessoas me perguntavam “e aí? Ta namorando?”, ou “e o coração?”, e eu sempre escapolia com a resposta “não, por enquanto não, eu to bem solteira, não quero arrumar tão cedo”. Mentira! Mas era uma coisa que funcionava na hora, e isso ia justificando a minha solidão. Mas a vida da gente vai mudando e a gente mudando junto com a vida. Aos pouco vai descobrindo que está faltando algo na vida, que nossa felicidade já não é completa. Mesmo com os amigos, mesmo saindo e curtindo muito o tempo, quando a gente chega em casa e coloca a cabeça no travesseiro, sente que faltou alguma coisa. Quando começa a chover, a gente olha pra janela e pensa que ta faltando alguma coisa ali. Quando acontece um pôr-do-sol daqueles de tirar o fôlego a gente pensa que bom seria poder compartilhar aquilo com alguém. Nas festas a gente sempre fica à espera de alguma coisa emocionante. Não sei se com todo mundo é assim, mas comigo é. Eu sempre que vou a algum lugar, seja bar, festa, ou na igreja, sempre olho pra porta. Sempre. E não é apenas uma vez, é constantemente. Toda hora eu procura a porta com os olhos, como um pedido silencioso para que alguém me resgate dali. Como nos contos de fadas, que um príncipe entra em seu cavalo branco e salva a princesa do castelo do inimigo. É assim que eu me sinto às vezes, querendo ser resgatada desta vida. É ruim admitir que eu preciso de alguém na minha vida, que chegou o momento. É uma declaração que eu não consegui, que eu não sou auto-suficiente. Eu tenho medo de deixar que a minha felicidade dependa de outra pessoa e que isso me cause feridas, como já aconteceu antes. A cada ferida que é deixada, a gente se fecha mais e mais, cria obstáculos, vai secando por dentro. Eu tenho em volta de mim barreiras, muros que eu mesma construí para que ninguém alcançasse meu coração, para que ninguém mais o ferisse. Eu me escondi muito tempo, e isso afastou as pessoas! Há pouco tempo eu comecei a derrubar esses muros, baixei a guarda, deixei que meus amigos se tornassem mais próximos de mim. E gostei, e cada vez fui baixando mais e mais a minha defesa. Abri-me. Me mostrei vulnerável. Lidei com sentimentos que eu não conhecia, que eu havia esquecido que existiam. E no meio de tudo, me confundi e acreditei em coisas que não existiam. Mas também nunca fui tão feliz como estou agora!!! Acho que no final, é isso que realmente importa!

Este texto é mais antigo, eu achei ele hj no meu pc e resolvi colocar aqui tb ...

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