O que garante que não nos machucaremos? O que garante proteção contra qualquer tipo de decepção?
Eu me armo, construo um forte à minha volta. Cada decepção que já sofri na vida blindou meu coração, me despiu de muitas ilusões. Nem de longe me pareço com aquela adolescente que começou a escrever poemas sob o nome “Andorinha Solitária” (nome que ainda trago no meu e-mail e MSN). Tanta gente passou pela minha vida e muitas deixaram marcas profundas que cicatrizaram e endureceram meu coração. Aquela amiga que um dia não mais respondeu; aqueles que só queriam ser amigos por puro interesse; aqueles amigos que, quando provados, provaram não o serem; o cara que por medo de me quebrar, sumiu; aquele que brincou com o meu coração e acabou com muitas amizades.
Eu me tornei uma pessoa reclusa no meu forte. Com pânico de pessoas, conhecidas ou não. Inacessível, com uma lista de requisitos mínimos para entrar na minha vida que é imensa. Desconfiada de tudo e de todos, considerando todos culpados até que se prove o contrário. Com medo de me envolver com qualquer pessoa e acabar de coração partido mais uma vez, como têm acontecido nos últimos tempos. Nada disso vai evitar que eu me machuque, pode até adiar um mal inevitável, mas não é capaz de evita-lo.
Por que é tão difícil achar alguém sincero? Por que me sinto como uma voz que grita sem resposta? Será que atraio pessoas que não prestam? Não posso acreditar nisso, que o problema esteja em mim, mas ao mesmo tempo não consigo compreender o porquê disso. Tudo bem que seja inevitável me machucar e me decepcionar, mas não precisaria ser uma constante em minha vida.
Como me proteger disso? Recentemente eu aderi ao movimento das Mulheres que Amam Muito Errado. Queria, pelo menos uma vez, ter a minha sinceridade correspondida com a verdade, amar certo e sem me machucar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário