sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um perdido de fevereiro

Eu passei o último final de semana grudada no meu celular. Desempenhei bem o papel da menininha. Eu não sou essa pessoa. Geralmente eu nem sei onde coloquei meu celular, mas este fim de semana meu celular foi em todos os lugares que eu fui. Eu não queria perder uma ligação, se bem que todo mundo que me conhece torceria para que o celular não tocasse. Não tocou.
Não estou com ódio de mim por ter me permitido isso. Sabia que te esquecer foi a coisa mais difícil que tive que fazer na minha vida?
Esquecer é tão fácil, eu vivo esquecendo das coisas, das pessoas, mas você está à parte disso tudo. Eu nunca chorei tanto por alguém, eu nunca pensei tanto em alguém. Mais do que muita mocinha de novela das seis. Você está gravado num tipo de memória permanente que não consigo formatar. Você está lá. Eu preenchi meu dia, minha vida com mil coisas, algumas pessoas, mas você está lá e insiste em aparecer.
E por mais que eu tente ignorar sua presença, penso que lá no fundo eu quero te encontrar. Um vício? Pode ser. Eu não tenho mágoas de nada e aparentemente eu me esqueci de toda dor que existiu.
Você me lembra de mim mesma, de uma época que a vida era simples, que eu conhecia todas as variáveis. Talvez você tenha sido uma certeza na minha vida, alguém que quando eu queria (ou não) estava aqui. Nesses anos todos, tanta coisa aconteceu, tantas pessoas me fizeram acreditar que você era  passado. Você pode ser histórico, mas não passado.
Será que eu deveria deixar para lá? Ou será que eu deveria parar de lutar contra você? Te esquecer pode ter sido a coisa mais difícil que tive que fazer, mas talvez seja a única coisa incompleta na minha vida. Qualquer um de fora pode pensar que é injusto você aparecer cada vez que sua memória em mim enfraquece. Eu acho injusto ter que lutar contra a minha vontade todos os dias.
Se o telefone tivesse tocado. esse texto seria diferente? Talvez ele ainda não existisse. Talvez você não seja o cara que eu mereça, talvez você seja o idiota que não ligou. O fato é que ainda não estou pronta para concluir esse capítulo da minha vida e talvez ainda haja mais alguns textos sobre você. Nós devemos nos esquecer do que queremos para nos lembrarmos do que merecermos. Mas, por hoje, eu não vou me concentrar nisso.

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