"Tenho que parar de associar música com pessoas. Um dia a pessoa faz
merda e estraga uma música que eu gosto"
(Tati Bernardi)
Eu sou uma
mistura eclética de sons. Sou apaixonada por música, tenho trilhas sonoras
próprias para correr, para dormir, para ficar triste, para ficar louca. E todas
as pessoas que passaram pela minha vida deixaram suas marcas na forma de
músicas.
Eu abro meu
computador e vejo as músicas que fui colecionando ao longo da vida e para mim
parecem uma colcha de retalhos de todas pessoas que conheci. O toque da sanfona
me lembra os dias na casa do meu avô, quando ele puxava a sanfona e tocava com
gosto qualquer melodia que lhe passasse pela cabeça.
Algumas pessoas
eu associei a uma banda específica: Los Hermanos me lembram uma pessoa querida
que se foi e dói muito ouvir, mas ao mesmo tempo me lembra uma época menos
complicada e mais feliz da vida. Meu gosto musical foi sendo moldado pelas
pessoas que me cercam, algumas épocas com pegada mais rock, umas com pegada mais
sertaneja, outras com pegada mais funk.
Outras músicas
são associadas a lugares. Sempre que ouço um CD específico do Leandro e
Leonardo sou instantaneamente levada para uma viagem que fizemos com a família
toda para Ubatuba e, como não tínhamos muitas opções sonoras, ouvimos esse CD um
milhão de vezes durante as 12 horas de viagem! Danni Carlos me lembra Maceió e
o delicioso Divina Gula.
A primeira
lembrança de uma música associada a um amor foi Sweet Child O’Mine, não podia
ouvir sem lembrar da minha paixão de colegial cantando ela num dos intervalos
das aulas (ele era um projeto de roqueiro). The Spirit Carries On me lembra uma
paixão não tão adolescente assim (igualmente projeto de roqueiro - seria um padrão?).
Muitas pessoas
vieram depois e contribuíram com minha playlist. Na minha cabeça, isso funciona como
nas novelas: eu vejo a pessoa e a música toca imediatamente, eu lembro da
pessoa e tem aquele som de fundo da lembrança. Essas músicas têm relação direta
com meus sentimentos e, mesmo que algumas me deixem triste quando ouço, não
posso evitar associa-las a pessoas, a lugares, a situações. E se eu precisasse responder, hoje, qual a música da minha vida, acho que ainda responderia aquela do Guns, pois ela me lembra uma época de tantas descobertas, de borboletas no estômago, de empolgação com o futuro.
By the way, Dave Matthews Band está bombando na
minha playlist agora...
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