quinta-feira, 29 de junho de 2006
Falar de sexo é fácil...
Falar de sexo é fácil. Escrever sobre sexo é moleza. Todo mundo, hoje em dia, faz isso. Um assunto que era tratado como tabu, hoje está batido, mastigado. Em qualquer canal que se coloque tem algum especialista tratando do assunto. Aliás, todo mundo se acha um especialista em sexo. Difícil é falar de amor. É coisa rara! Falar de sentimentos. Não é fácil rasgar a alma e deixar à mostra tudo que se sente, colocar num papel seus pensamentos mais íntimos! Não conheço maior nudez que se deixar conhecer por dentro, se despir de toda a vergonha e mostrar seu eu. Poetas estão em extinção. Falar de amor ficou brega. Dizer “eu te amo” então... Quem fala esse tipo de frase? Eu falo! Mas confesso que às vezes dá uma vergonha de falar... Não devia ser assim! Nos fechamos e não nos permitimos conhecer e sermos conhecidos. Temos medo de entrar em contato com esse nosso lado mais puro. Quantas vezes você ligou um rádio porque não gosta de ficar em silêncio? Tem medos dos seus pensamentos? Quantas vezes você não se viu cheio de idéias, mas preferiu se calar? Quantas vezes pensou em começar um diário? Por que não começou? Ficou receoso de alguém ler seus pensamentos? Ficou com vergonha das pessoas saberem que você é alguém apaixonado? Existe dentro de cada um de nós um poeta adormecido. Mas você pode se perguntar “Em mim? Um poeta adormecido? Eu nem sei rimar!” Mas para fazer poesia não precisa saber rimar, não precisa conhecer palavras bonitas. Basta falar o que você sente, o que você pensa. Basta uma caneta e um papel na mão, e muitas idéias na cabeça. Nem sempre quando eu começo a escrever sei aonde isso vai me levar, mas eu continuo e às vezes me surpreendo com o rumo que as coisas tomam, com as idéias que surgem. É uma forma de autoconhecimento. Eu gosto de falar de amor, do que estou sentindo, das minhas neuras, dos meus medos, das minhas alegrias. Eu me liberto e posso expressar quem eu realmente sou, sem máscaras, sem disfarces, sem vergonhas. Às vezes eu sinto uma necessidade enorme de colocar num papel minhas idéias e não sossego enquanto não encho uma página com elas. Sou romântica, adoro escrever e receber cartas. Aliás, acho que elas são um carinho! Pena que romantismo anda fora de moda! As pessoas deixam de aproveitar coisas incríveis... Agora, falar de sexo é fácil! Mas alguém já se aventurou a escrever sobre todos os sentimentos envolvidos? Livros existem aos montes, com posições, opiniões, sugestões. Mas, se ele não ligar? E que coisa é essa que eu sinto quando estou esperando? Que calafrios são esses quando toca o telefone? Que sorriso bobo é esse no meu rosto? O que é isso? O amor é o novo tabu da sociedade. Aventure-se a quebrar o tabu...
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