sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Insônia

Hoje choveu. Aliás, está chovendo neste momento. Essa tem sido a rotina nos últimos meses. O céu está vermelho, a chuva cai mansa, as ruas estão vazias.Nesses dias eu fico melancólica, com um vazio por dentro, como se a chuva que cai lá fora também caísse dentro de mim, levando tudo consigo.

Não sei se é ansiedade pelas comemorações da próxima semana, mas não consigo dormir. Acordada na minha cama, eu comecei a pensar e pensar retirou minha última esperança de dormir cedo hoje.

Fiquei pensando na semana que passou, o quanto ela foi ótima e o quanto foi esperada. Você, provavelmente não sabe disso, mas há muito tempo esperava por aquele encontro, aquele beijo...

Aqui, nesse quarto, eu só consigo pensar que sinto falta dos seus braços em volta da minha cintura, dos meus braços em volta do seu pescoço, da sua boca na minha, do seu sorriso meio bobo, daquela piadinha sem graça que você contou, mas que acabou sendo engraçada.

Esse é o tipo de texto que a gente escreve e depois pensa que não deveria ter falado tanto e ter se exposto desse jeito. Faz parte da nova Camila a não-censura dos meus textos. Então, tudo o que vier à mente, tudo que sentir, tudo isso será colocado aqui. Chega de textos inacabados lotando as minhas gavetas.

Bem, de volta ao assunto, citando um texto que li esta semana em um blog qualquer, “quando te vi pela primeira vez, nada despertou em mim, pois nada que é instantâneo mata minha fome”. Mas com o tempo, foi crescendo em mim uma vontade de te conhecer, de te encontrar novamente. Poucas vezes soube o que queria da minha vida, porém nunca tive coragem de assumir o que desejava. Essa foi uma constante na minha vida: nunca agia em prol do que queria e acabava perdendo muitas oportunidades – tanto pessoais quanto profissionais.

Já estava na hora de acabar com esse dilema adolescente, pois, convenhamos, já estou crescidinha para isso. Eu fui atirada? Corri atrás? Estou sendo maluca? Pode ser. Mas, quer saber? Dane-se!!!

Comentava mais cedo com um amigo que as coisas que conquistamos com certa dificuldade tem um gostinho diferente. A demora faz valer à pena. Na faculdade, aprendi que investimentos cujo risco é maior implicam retorno maior. Acredito sim que ao ter corrido atrás e ter sido um tanto quanto atirada, eu me expus, porém creio que o risco valha a pena.

Não comecei esse texto para falar o quanto tem chovido em Uberlândia, ou para tratar da minha melancolia (tão recorrente nesses dias que antecedem minha formatura). Tampouco o comecei na tentativa de conseguir dormir. Esse texto, como tantos outros meus, pode não fazer sentido algum, mas eu o comecei só para dizer que nesta noite chuvosa e vazia eu queria ter você aqui.

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