“todo mundo quer cuidar de mim, mas na verdade o que eu quero é cair” – Brava
“do que você tem medo, não sou nenhum brinquedo que pode se quebrar” – Charlie Brown Jr.
Imagine o que é viver a sua vida toda exatamente como as pessoas esperam, fazer sempre o certo, o adequado. Sempre fui uma boa filha, daquelas que seguem à risca. Sempre fiz tudo que as pessoas esperavam de mim: escola, notas, faculdade, relacionamentos. Tornei-me aquela menininha boazinha, quietinha, uma bonequinha de cera, aquele brinquedo que você guarda com cuidado porque tem medo de quebrá-lo. Sempre odiei essa imagem de Sandy – a certinha, a santinha, a perfeitinha – porém nunca me esforcei em mudar isso.
Imagine como é viver numa bolha, protegida de todos os perigos do mundo, porém privada de mil e uma experiências. É exatamente assim que eu me sinto, como se todos tentassem me proteger de alguma coisa. Tornei-me aquela menina super gente fina (não serei humilde) que, de tão gente fina, você prefere não se envolver para não magoá-la. A velha história do “não te mereço” vez e outra me assombra.
Eu tenho minhas vontades. Será que ninguém parou pra pensar nisso? Eu levo uma vida longe de ser perfeitinha. Tenho muitos medos, que prefiro chamar de grilos, que me assombram todas as noites, que me roubam o sono e os sonhos. Eu procuro uma fuga nesses textos que escrevo, neles eu tento me encontrar, mas sempre me perco mais ainda. Tenho sérias dificuldades de comunicação, sou sempre indireta e vaga, nunca consigo dizer o que eu quero. Tenho sérios problemas de compreensão, me confundo, não entendo.
Tem sempre alguém me perguntando se eu estou bem, como se fosse um absurdo não estar. Sempre sinto que não sei de toda a verdade, que parte dela me é escondida, para me poupar. Qual o fundamento? Eu não sei. Essa bolha na qual vivo me sufoca e às vezes, como hoje, tudo que eu quero fazer é sair correndo no meio da rua, em baixo de chuva e gritando bem alto mesmo.
A questão é que eu não quero ser poupada. Não quero viver uma vida perfeitinha. Não quero essa imagem de certinha, de nerd, não gosto de rótulos. Não quero ser rotulada. Eu quero viver a minha vidinha, no meu canto, livre de quaisquer expectativas.
Muitas gostariam de se sentir bonequinha de cera pelo menos uma vez na vida, por estarem cansadas de serem o brinquedo mais usado, cansadas de criatividade sem sinceridade. Eu não as culpo, acho que cada um sabe a dor e a alegria de ser o que se é. Mas a verdade é que a cera te prende, limita seus movimentos e a sensação de estar sentada na estante, dentro da caixinha, vendo a vida acontecer lá fora não é das melhores.
“do que você tem medo, não sou nenhum brinquedo que pode se quebrar” – Charlie Brown Jr.
Imagine o que é viver a sua vida toda exatamente como as pessoas esperam, fazer sempre o certo, o adequado. Sempre fui uma boa filha, daquelas que seguem à risca. Sempre fiz tudo que as pessoas esperavam de mim: escola, notas, faculdade, relacionamentos. Tornei-me aquela menininha boazinha, quietinha, uma bonequinha de cera, aquele brinquedo que você guarda com cuidado porque tem medo de quebrá-lo. Sempre odiei essa imagem de Sandy – a certinha, a santinha, a perfeitinha – porém nunca me esforcei em mudar isso.
Imagine como é viver numa bolha, protegida de todos os perigos do mundo, porém privada de mil e uma experiências. É exatamente assim que eu me sinto, como se todos tentassem me proteger de alguma coisa. Tornei-me aquela menina super gente fina (não serei humilde) que, de tão gente fina, você prefere não se envolver para não magoá-la. A velha história do “não te mereço” vez e outra me assombra.
Eu tenho minhas vontades. Será que ninguém parou pra pensar nisso? Eu levo uma vida longe de ser perfeitinha. Tenho muitos medos, que prefiro chamar de grilos, que me assombram todas as noites, que me roubam o sono e os sonhos. Eu procuro uma fuga nesses textos que escrevo, neles eu tento me encontrar, mas sempre me perco mais ainda. Tenho sérias dificuldades de comunicação, sou sempre indireta e vaga, nunca consigo dizer o que eu quero. Tenho sérios problemas de compreensão, me confundo, não entendo.
Tem sempre alguém me perguntando se eu estou bem, como se fosse um absurdo não estar. Sempre sinto que não sei de toda a verdade, que parte dela me é escondida, para me poupar. Qual o fundamento? Eu não sei. Essa bolha na qual vivo me sufoca e às vezes, como hoje, tudo que eu quero fazer é sair correndo no meio da rua, em baixo de chuva e gritando bem alto mesmo.
A questão é que eu não quero ser poupada. Não quero viver uma vida perfeitinha. Não quero essa imagem de certinha, de nerd, não gosto de rótulos. Não quero ser rotulada. Eu quero viver a minha vidinha, no meu canto, livre de quaisquer expectativas.
Muitas gostariam de se sentir bonequinha de cera pelo menos uma vez na vida, por estarem cansadas de serem o brinquedo mais usado, cansadas de criatividade sem sinceridade. Eu não as culpo, acho que cada um sabe a dor e a alegria de ser o que se é. Mas a verdade é que a cera te prende, limita seus movimentos e a sensação de estar sentada na estante, dentro da caixinha, vendo a vida acontecer lá fora não é das melhores.
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