sábado, 30 de agosto de 2008

Diário de uma viagem - parte 2

Três horas após ter me deitado, ja estou eu aqui de volta às ladeiras de Ouro Preto. A primeira igreja, depois de meia hora perdida procurando a igreja errada, é a Igreja São Francisco.

Essa igreja traz o estilo rococó, numa pintura da coroação de Nossa Senhora, de autoria de Athayde. A capela-mor traz como adorno das paredes uma pintura que remete aos azuleijos portugueses. Os retábulos foram projetaos pelo Aleijadinho, porém executados posteriormente. A igreja foi construída pela Ordem Terceira de São Francisco. O que me impressiona nessas construções é a largura das paredes e o conforto térmico dentro delas. Algumas ladeiras depois, encontramos a Igreja de Antônio Dias. O frontispício dessa igreja não é mais o original. Hoje, ela é conhecida por Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto. Os retábulos internos são do período joanino, formando uma tala contínua, isto é, a igreja por dentro é uma caixa dourada. A presença de corredores laterais confere um ambiente mais escuro. O forro da nave central não possui tratamento. A capela-mor mostra influência clara do rococó (ela foi feita no século 19). Percebe-se a presença de influências orientais, as chamadas chinesices, em pinturas nas paredes da capela-mor. uma curiosidade sobre as igrejas visitas é a presença do piso em campas, próprios para a realização de sepultamentos dentro das igrejas. Essas tumbas eram reservadas aos integrantes das ordens terceiras.
Ao sair dessa igreja, visitamos, ao lado, o museu do Aleijadinho onde encontram-se expostas várias obras desse artista. Saindo do museu, seguimos pela Ponte Marília de Dirceu, de onde avistamos a fonte e a casa de mesmo nome.
De lá, pegamos um ônibus e seguimos para o morro de Santa Eigênia, onde visitamos as obras de restauração da Igreja de Santa Efigênia.



Descendo a ladeira, chegamos à Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Padre Faria. A singeleza do seu exterior esconde o esplendor do seu altar-mor e dos dois retábulos, ambos do período joanino, de intenso douramento. A pintura do forro da nave é de estilo rococó popular (menos rico em detalhes). Já o forro da capela-mor é de transição entre o rococó e o barroco. Aqui também há a presença das chinesices na ornamentação do arco-cruzeiro.

Saindo dessa igreja pegamos um ônibus que nos levou até Mariana. Nossa primeira parada nessa cidade foi a Catedral. Os retábulos são do período nacional português e joanino. A Igreja tem uma nave central e duas naves laterais, uma novidade até o momento. Há a presença de um transepto, marcado com dois retábulos maiores. A capela-mor é alongada e decorada com chinesices. O mobiliário ainda é o original.

Possui um órgão doado por D. João VI que, de tão grande, exigiu alterações no piso do coro e no forro da igreja.Em sgeuida visitamos a Igreja de São Francisco da Penitência, de estilo rococó. Os retábulos dessa igreja são mais claros, não há corredores laterais, o que permite maior iluminação no seu interior. Um restaurante ao lado da igreja ocupa o antigo espaço do noviciado da irmandade.

Uma curiosidade sobre o espaço onde a igreja está instalada é a presença da Igreja de Nossa Senhora do Carmo exatamente ao lado. Essa igreja estava fechada e não tivemos a oportunidade de conhecê-la por dentro, mas sei que ela sofre um grande incêndio que destruiu todos os retábulos e o tapa-vento que ali existiam. Então foram construídos novos, porém não foram adornados, ficando lisos e brancos, marcando apenas a presença dos antigos retábulos. A Irmandade de Nossa Senhora do Carmo era rival da Irmandade de São Francisco e essa rivalidade em Minas contribuiu em muito para o desenvolvimento do barroco e rococó.Na mesma praça, encontra-se o Pelourinho e a Casa de Câmara e Cadeia, que marcam o poder civl da cidade.
Ao sairmos de Mariana, passamos na Mina da Passagem, que leva esse nome por ficar embaixo do distrito de Passagem, em Mariana. Muito bizarro descer aquele trenzinho até o fundo da terra. Lá a umidade gruda no corpo e a gente parece estar suada o tempo todo. E vamos combinar que a sensação de ter metros e mais metros de terra sobre sua cabeça não é la muito agradável! Na saída deixei um ponto de interrogação na parede da gruta, em batom, uma simpatia para Santa Bárbara, a padroeira dos mineiros e das mulheres-cumbuca (sem uma tampa)!

À noite, fomos numa pizzaria super charmosa, onde comi a pizza mais deliciosa! E depois da pizzaria, lógico que tem rock no porão e mais uma vez eu deixo pra dormir só amanhã. Aliás, amanhã o Pico do Itacolomi nos aguarda!

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