Uma xícara de capuccino me faz companhia enquanto ouço Engenheiros do Hawaii no celular. Daqui ouço o mar la fora e uma fresca brisa refresca minha noite. Estou na varanda do décimo andar de um prédio à beira-mar. À minha frente vários prédios e da minha sacada é como se um filme estivesse passando diante dos meus olhos. Dois andares acima do meu, no prédio da frente um carinha toca seu violão, Pearl Jam, Black. Três andares abaixo outro desfila de cuecas. Uma mulher fala ao celular, enquanto num quarto escuro uma TV está ligada na novela das 21h. Um muleque observa a mulher ao celular enquanto corta as unhas dos pés. Eu não sei o protocolo de décimo andar, sou uma pessoa térrea. Não sei se deveria estar aqui na varanda observando essas coisas, mas é engraçado ver a vida numa espécie de vitrine. À minha direita o oceano, uma ilha, um surfista se aventura nas ondas fracas e lá no fundo três navios vão em direção a Santos. Eu poderia dormir aqui ouvindo essa música, eu poderia ir até lá e abraçá-lo e agradecer pelo fundo musical incrível nessa noite maravilhosa.
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