Ontem, numa mesa de bar, surgiu o seguinte
questionamento: homens têm radar de felicidade? Deixa-me explicar melhor.
Comentávamos como nossas vidas estavam cheias de homens “The Walking Dead”, os
famosos falecidos que, vez ou outra, resolvem aparecer e nos assombrar. Quando o
relacionamento termina, você sofre horrores, arrasta o c* na brita pelo
sujeito, têm seu coraçãozinho dilacerado quando vê o filho da mãe com outra na
noite. Mas, um dia, você resolve que nem tanto sofrimento, e passa de fase.
Você consegue retomar sua vida e está feliz novamente curtindo o que a vida tem
de melhor. Uma fase tipo Muleque Piranha, onde relacionamento é última coisa que
passa pela sua cabeça, você quer mais é ser feliz. É nesse momento que o radar
daquele infeliz dispara: pi pi pi piiiiiiiiiiii. Ele sabe que você está feliz
porque você não ligou mais de madrugada, bêbada, não o procurou naquele domingo
chato, parou de curtir as fotos e frases dele nas redes sociais. Isso faz o
radar do infeliz disparar: ele precisa fazer alguma coisa, pois está perdendo o
território dele, mesmo que ele não queira mais nada com você, ele precisa
marcar o espaço dele, mostrar que ele ainda existe. Aí, o que o infeliz, filho
da mãe faz? Te manda uma mensagem, vaga, mas com um certo nível de “atenção”,
dizendo que sente saudades suas, te chamando pra ir no cinema, ou algo
parecido. Minha filha, eu sinto saudades de chocolates que não são mais
fabricados, daquele picolé mini-saia da minha infância, e isso não significa
que eles ocupem um espaço importante da minha vida, ou que eu morra de amores
por eles. Estão no passado, mas de vez em quando é bom lembrar. Saudades não é
sinônimo de amor. Amiga, ele só está marcando o território dele, não me venha
fantasiar uma volta daquelas cinematográficas. Não, ele não realizou que você é
a mulher da vida dele. Ele não está a fim de você, ele simplesmente quer manter
a lembrança dele viva na sua cabecinha, só em caso de, no futuro, num domingo
chato, ele precisar te ligar... Não deixe que ele estrague sua felicidade. Falecido bom, é falecido morto e enterrado!!!
P.S.: Resolvi reler o livro A Insustentável Leveza do Ser, e me deparei com alguns trechos que ilustram o que disse acima ...
"Existe uma enorme diferença entre um Robespierre que não aparece senão uma vez na história e um Robespierre que voltasse eternamente cortando a cabeça dos franceses" - não se parece com o nosso caso, do falecido que insiste em voltar do passado, tornando-o menos especial?
E esse trecho que retirei mostra o pensamento do infeliz, propondo uma amizade erótica, como o autor denomina, às suas amantes, e como funciona o processo na cabeça do personagem. Olha o radar aí funcionando.
P.S.: Resolvi reler o livro A Insustentável Leveza do Ser, e me deparei com alguns trechos que ilustram o que disse acima ...
"Existe uma enorme diferença entre um Robespierre que não aparece senão uma vez na história e um Robespierre que voltasse eternamente cortando a cabeça dos franceses" - não se parece com o nosso caso, do falecido que insiste em voltar do passado, tornando-o menos especial?
E esse trecho que retirei mostra o pensamento do infeliz, propondo uma amizade erótica, como o autor denomina, às suas amantes, e como funciona o processo na cabeça do personagem. Olha o radar aí funcionando.
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