sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A despedida




Acredito que este seja o último texto que farei sobre você. Depois de oito anos, esta talvez seja a nossa despedida. Ontem uma amiga veio me dizer que te viu com outra, que pareciam felizes. Eu já sabia dela e sério que fiquei feliz por vocês. A nossa última vez juntos me trouxe uma compreensão de muitos aspectos da minha vida. Eu consegui entender, depois de muitos anos, que o que deve mais importar é a minha felicidade e não entenda isso como uma visão egoísta da vida, não é isso! Simplesmente significa que se eu não estiver feliz, eu não posso fazer ninguém feliz e fazer os outros felizes não deve custar a minha felicidade. Eu não posso ser forçada a nada, porque tudo que eu fizer assim, no futuro poderá ser fonte de arrependimento, por eu não ter sido fiel aos meus princípios e às minhas vontades. Mas a principal compreensão daquela noite foi que você não significava mais o que sempre significou para mim. Com o passar dos anos você se tornou mais um capricho, mais um objetivo e depois que eu consegui perdeu a graça.Eu ouvi todas as suas promessas (que nunca se cumpririam), parei para pensar nas implicações de te ter e não estava disposta a pagar pra te ter. Digo pagar no sentido de assumir todo o pacote que é você, suas amizades, seu passado, sua vida. A gente não combina, mas por muito tempo eu estive cega e não via esses detalhes, o foco me impedia de ver a panorâmica da cena. E logo depois daquele dia, eu achei que estava doente e ouvir “maligno” da boca de um médico não é nada agradável, ainda que precedida de um “não é provável, mas é possível que seja”. A vida ganhou nova perspectiva e você não podia mais ser o foco da minha vida, porque diante dessas coisas eu podia ser egoísta e querer só pensar em mim.  Eu estou bem, foi só um susto, mas eu não tive tempo de sofrer por você, porque estava ocupada tentando ser forte e não sofrer por mim. Deus permite certas coisas na nossa vida e a gente não compreende os desígnios Dele, a princípio, mas hoje eu vejo que o meu susto foi uma bênção, porque eu não sofri por você. Vamos combinar, você já me tinha feito sofrer o bastante, não precisava de mais sofrimento. Hoje eu posso ouvir coisas do tipo “vi ele na noite, com uma menina” e realmente não sentir nada, ou ver sua foto e não ter um nó no estômago. Eu me curei do vício que era você e talvez esse texto seja uma despedida da nossa história, que nunca chegou de fato a ser nossa, sempre foi mais minha que sua, mas que sempre ocupou um espaço gigantesco no meu coração e na minha cabeça. Foi bom ter te conhecido e ter convivido com você, mas estou pronta para novas histórias, novos personagens, novos capítulos.

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