terça-feira, 1 de abril de 2014

Leituras do mês de março ...


Na continuação do meu ano de leituras, li O clube do livro do fim da vida, de Will Schwalbe. Num estilo parecido com O ano da leitura mágica, o autor utiliza os livros, assim como Nina Sankovitch, como um auxílio para enfrentar um período complicado em sua vida, neste caso, enfrentar o câncer de pâncreas que matava sua mãe, Mary Ann Shwalbe. Também é uma história real, que permeia a realidade com as lições que os personagens tiram de cada livro lido. Uma história maravilhosa, emocionante, uma lição de vida. O interessante de ter lido esses dois livros em seqüência foi encontrar os mesmo livros auxiliando pessoas diferentes, em momentos diferentes de suas vidas, mas ambas lutando com a morte de um ente querido. Um trecho do livro que me marcou: “somente por dar amizade e amor, você já impede que as pessoas à sua volta desistam – e cada expressão de amizade ou amor talvez seja aquela que faz toda a diferença”. Esse livro, definitivamente, fez a diferença na minha vida.
Mas, além da leitura, esses livros mostram a importância da família. Lembraram-me do meu amor pela leitura que começou bem cedo na minha vida. Minha avó era bibliotecária em uma escola pública próxima à minha casa e constantemente era deixada na escola sob os cuidados da minha avó. Em casa, minha mãe sempre nos presenteava com gibis, Chico Bento para mim, e turma da Mônica para meu irmão. Na escola, no primário, lembro de uma ocasião em que era a representante de sala e organizei uma biblioteca na nossa sala. Os livros eram nossos, os levávamos para a sala e trocávamos com nossos colegas. Mais tarde, quando ingressei no ginásio, em uma escola maior e com uma biblioteca igualmente grande, fiz amizade com a bibliotecária e passava os recreios entre as estantes buscando novas leituras. Ler em casa, sempre foi algo incentivado. Livros são presentes constantes nas datas comemorativas e sempre dou um jeito de visitar livrarias em busca de novos autores e novas histórias.
Ao mesmo tempo em que lia esse, li A garota do penhasco, de Lucinda Riley. Esse livro eu devorei em menos de uma semana. O estilo me lembrou muito Jojo Moyes (A garota que você deixou para trás) e, mais uma vez, apareceu a Primeira Guerra Mundial, que desempenha certo papel no desenrolar da história. Uma história pesada, mas dessa vez ficção, mas de uma leitura que prende. Gosto de ler histórias que mostram a vida de uma família em épocas diferentes, interessante ver os efeitos de escolhas tomadas no passado no desenvolver da vida das personagens. Me arrependi de não ter lido esse livro antes, pois ele estava na minha estante desde o ano passado, mas o tamanho dele me assustava. Não julgue o livro pela capa, ou pelo volume!
Depois de ler livros tão intensos, precisava dar uma folga para o meu cérebro, ler coisas menos densas, mais divertidas. Numa das minhas visitas à livraria, voltei com três livros para casa, dois deles nem estavam na minha wishlist: Um sorriso ou dois, de Frederico Elboni, Enquanto eu te esquecia, de Jennie Shortridge, e Jardim de Inverno, de Kristin Hannah. Resolvi começar por Um sorriso ou dois. O que me levou a escolher esse livro? A frase que acompanha o título, na capa: “Para mulheres que querem mais”. Me ganhou aí. Depois que iniciei a leitura, entendi que era uma coleção de textos publicados em um site. Textos curtos que depois de um certo ponto pareciam se repetir. A idéia era a mesma, só as palavras diferentes – 15 maneiras de dizer a mesma coisa, mas falando diferente.
Enquanto leio o livro de Frederico Elboni, comecei a leitura paralela de Do que eu falo quando falo de corrida, de Haruki Murakami. O que me atraiu nesse livro? Já tinha visto uma amiga minha lendo esse livro, em uma de suas publicações nas redes sociais. E no livro O ano da leitura mágica, a autora cita esse livro, exatamente esse trecho: “Você precisa mesmo ter prioridades na sua vida, estabelecendo em que ordem você deve dividir seu tempo e energia”. Quando li esse trecho, decidi que precisava ler esse livro. Eu sempre me vejo tentando equilibrar todas as minhas atividades diárias, sempre permitindo que sobre espaço para meus amigos e familiares. E não vou mentir que um livro que tem a palavra corrida no título me atrai bastante.
Comecei a correr há cerca de três anos, logo depois que comecei a praticar pilates. Sempre levei uma vida sedentária e sempre invejei quem conseguia achar espaço para atividades físicas na vida. Pilates foi uma questão de saúde física, sentia muitas dores por passar a maior parte do meu dia sentada na frente de computadores. À medida que fui ganhando força muscular, fui sentindo a necessidade de fazer algo mais. Comecei a caminhar, no parque próximo à minha casa. Aos poucos fui testando meus limites até conseguir correr todos os 5km do parque. Correr virou um vício, saudável. No ano passado tive uma lesão feia no joelho, que me afastou de todas as atividades físicas. Neste ano consegui voltar a correr, estou voltando à velha forma, e já é uma vitória conseguir correr 1km sem parar. Nesse período que me envolvi com corrida, vi que muitas pessoas que conhecia também se envolveram, por influência minha ou não – ao que parece, agora está na moda correr. Correr, para mim, vai além da saúde física, melhora meu humor, clareia meu pensamento, faz bem para a alma! E a corrida me levou a ter uma alimentação melhor. Acabei aderindo à moda dos sucos (verde/vermelho/amarelo), não para emagrecer ou desintoxicar, mas como uma forma fácil de ingerir verduras e frutas. Não gosto de comer verduras, desde criança isso sempre foi um problema. E no suco, acabo consumindo várias verduras misturadas às frutas sem sofrimento.
Mas voltando ao livro, tal como o autor, gosto de correr ouvindo música, geralmente rock (como ele), porque a batida da música marca o ritmo das passadas. Digo que corro para clarear o pensamento, mas geralmente não consigo pensar em nada específico enquanto corro. Mas já chorei enquanto corria, esse foi um dia particular que a dor do coração foi para as pernas e terminar o treino foi especialmente difícil. Porém, sempre saio do treino feliz, talvez devido aos hormônios, mas ainda que o corpo doa, saio mais relaxada e tranqüila do parque. O livro não acrescentou muita coisa. Se estava em busca de uma leitura leve, esse foi o livro. Basicamente um livro de memórias, mas sem grandes lições a serem aprendidas no final.
Ganhei um presente de aniversário atrasado: o livro Dois em um, de Alice Ruiz, que foi mulher de Paulo Leminski. No ano passado li o livro Toda poesia desse autor e fiquei encantada. Será ótimo agora conhecer a outra metade da poesia! Rotineiramente, não leio poesia, apesar de não ter nada contra o gênero. Mas é bom sair da rotina e ler, sem pressa, degustando cada verso. Uma mudança prazerosa.
Ao mesmo tempo, comecei a ler O menino da mala, das autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis, comecei e acabei em poucos dias! Uma leitura eletrizante, contada sob vários pontos de vista, à medida que a história acontece, mostrando as versões de cada um dos envolvidos na narrativa. Até certo ponto você não entende a relação dos fatos e fica meio perdida entre tantos nomes diferentes. Mas isso não diminuiu o livro, pelo contrário, aguça a curiosidade e nos vemos quase como detetives tentando solucionar todo aquele mistério! Agora, depois que já terminei o livro, vejo a seguinte descrição dele, na sinopse: “Neste primeiro livro da série”. Como assim? Existem outros? Preciso ler todos! 

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