Na continuação do meu ano de
leituras, li O clube do livro do fim da vida, de Will Schwalbe. Num
estilo parecido com O ano da leitura mágica, o autor utiliza os livros,
assim como Nina Sankovitch, como um auxílio para enfrentar um período
complicado em sua vida, neste caso, enfrentar o câncer de pâncreas que matava
sua mãe, Mary Ann Shwalbe. Também é uma história real, que permeia a realidade
com as lições que os personagens tiram de cada livro lido. Uma história maravilhosa,
emocionante, uma lição de vida. O interessante de ter lido esses dois livros em
seqüência foi encontrar os mesmo livros auxiliando pessoas diferentes, em
momentos diferentes de suas vidas, mas ambas lutando com a morte de um ente
querido. Um trecho do livro que me marcou: “somente por dar amizade e amor,
você já impede que as pessoas à sua volta desistam – e cada expressão de
amizade ou amor talvez seja aquela que faz toda a diferença”. Esse livro,
definitivamente, fez a diferença na minha vida.
Mas, além da leitura, esses
livros mostram a importância da família. Lembraram-me do meu amor pela leitura
que começou bem cedo na minha vida. Minha avó era bibliotecária em uma escola
pública próxima à minha casa e constantemente era deixada na escola sob os cuidados
da minha avó. Em casa, minha mãe sempre nos presenteava com gibis, Chico Bento
para mim, e turma da Mônica para meu irmão. Na escola, no primário, lembro de
uma ocasião em que era a representante de sala e organizei uma biblioteca na
nossa sala. Os livros eram nossos, os levávamos para a sala e trocávamos com
nossos colegas. Mais tarde, quando ingressei no ginásio, em uma escola maior e
com uma biblioteca igualmente grande, fiz amizade com a bibliotecária e passava
os recreios entre as estantes buscando novas leituras. Ler em casa, sempre foi
algo incentivado. Livros são presentes constantes nas datas comemorativas e
sempre dou um jeito de visitar livrarias em busca de novos autores e novas
histórias.
Ao mesmo tempo em que lia esse,
li A garota do penhasco, de Lucinda Riley. Esse livro eu devorei em
menos de uma semana. O estilo me lembrou muito Jojo Moyes (A garota que você
deixou para trás) e, mais uma vez, apareceu a Primeira Guerra Mundial, que
desempenha certo papel no desenrolar da história. Uma história pesada, mas
dessa vez ficção, mas de uma leitura que prende. Gosto de ler histórias que
mostram a vida de uma família em épocas diferentes, interessante ver os efeitos
de escolhas tomadas no passado no desenvolver da vida das personagens. Me arrependi
de não ter lido esse livro antes, pois ele estava na minha estante desde o ano
passado, mas o tamanho dele me assustava. Não julgue o livro pela capa, ou pelo
volume!
Depois de ler livros tão
intensos, precisava dar uma folga para o meu cérebro, ler coisas menos densas,
mais divertidas. Numa das minhas visitas à livraria, voltei com três livros
para casa, dois deles nem estavam na minha wishlist: Um sorriso ou
dois, de Frederico Elboni, Enquanto eu te esquecia, de Jennie
Shortridge, e Jardim de Inverno, de Kristin Hannah. Resolvi começar por Um
sorriso ou dois. O que me levou a escolher esse livro? A frase que
acompanha o título, na capa: “Para mulheres que querem mais”. Me ganhou aí.
Depois que iniciei a leitura, entendi que era uma coleção de textos publicados
em um site. Textos curtos que depois de um certo ponto pareciam se
repetir. A idéia era a mesma, só as palavras diferentes – 15 maneiras de dizer
a mesma coisa, mas falando diferente.
Enquanto leio o livro de Frederico Elboni, comecei a
leitura paralela de Do que eu falo quando falo de corrida, de Haruki
Murakami. O que me atraiu nesse livro? Já tinha visto uma amiga minha lendo
esse livro, em uma de suas publicações nas redes sociais. E no livro O ano
da leitura mágica, a autora cita esse livro, exatamente esse trecho: “Você
precisa mesmo ter prioridades na sua vida, estabelecendo em que ordem você deve
dividir seu tempo e energia”. Quando li esse trecho, decidi que precisava ler
esse livro. Eu sempre me vejo tentando equilibrar todas as minhas atividades
diárias, sempre permitindo que sobre espaço para meus amigos e familiares. E
não vou mentir que um livro que tem a palavra corrida no título me atrai
bastante.
Comecei a correr há cerca de três anos, logo depois que
comecei a praticar pilates. Sempre levei uma vida sedentária e sempre invejei
quem conseguia achar espaço para atividades físicas na vida. Pilates foi uma
questão de saúde física, sentia muitas dores por passar a maior parte do meu
dia sentada na frente de computadores. À medida que fui ganhando força
muscular, fui sentindo a necessidade de fazer algo mais. Comecei a caminhar, no
parque próximo à minha casa. Aos poucos fui testando meus limites até conseguir
correr todos os 5km do parque. Correr virou um vício, saudável. No ano passado
tive uma lesão feia no joelho, que me afastou de todas as atividades físicas.
Neste ano consegui voltar a correr, estou voltando à velha forma, e já é uma
vitória conseguir correr 1km sem parar. Nesse período que me envolvi com
corrida, vi que muitas pessoas que conhecia também se envolveram, por
influência minha ou não – ao que parece, agora está na moda correr. Correr,
para mim, vai além da saúde física, melhora meu humor, clareia meu pensamento,
faz bem para a alma! E a corrida me levou a ter uma alimentação melhor. Acabei
aderindo à moda dos sucos (verde/vermelho/amarelo), não para emagrecer ou
desintoxicar, mas como uma forma fácil de ingerir verduras e frutas. Não gosto
de comer verduras, desde criança isso sempre foi um problema. E no suco, acabo
consumindo várias verduras misturadas às frutas sem sofrimento.
Mas voltando ao livro, tal como o autor, gosto de correr
ouvindo música, geralmente rock (como ele), porque a batida da música marca o
ritmo das passadas. Digo que corro para clarear o pensamento, mas geralmente
não consigo pensar em nada específico enquanto corro. Mas já chorei enquanto
corria, esse foi um dia particular que a dor do coração foi para as pernas e
terminar o treino foi especialmente difícil. Porém, sempre saio do treino
feliz, talvez devido aos hormônios, mas ainda que o corpo doa, saio mais
relaxada e tranqüila do parque. O livro não acrescentou muita coisa. Se estava
em busca de uma leitura leve, esse foi o livro. Basicamente um livro de
memórias, mas sem grandes lições a serem aprendidas no final.
Ganhei um presente de aniversário atrasado: o livro Dois
em um, de Alice Ruiz, que foi mulher de Paulo Leminski. No ano passado li o
livro Toda poesia desse autor e fiquei encantada. Será ótimo agora
conhecer a outra metade da poesia! Rotineiramente, não leio poesia, apesar de
não ter nada contra o gênero. Mas é bom sair da rotina e ler, sem pressa,
degustando cada verso. Uma mudança prazerosa.
Ao mesmo tempo, comecei a ler O menino da mala,
das autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis, comecei e acabei em poucos dias! Uma
leitura eletrizante, contada sob vários pontos de vista, à medida que a
história acontece, mostrando as versões de cada um dos envolvidos na narrativa.
Até certo ponto você não entende a relação dos fatos e fica meio perdida entre
tantos nomes diferentes. Mas isso não diminuiu o livro, pelo contrário, aguça a
curiosidade e nos vemos quase como detetives tentando solucionar todo aquele
mistério! Agora, depois que já terminei o livro, vejo a seguinte descrição
dele, na sinopse: “Neste primeiro livro da série”. Como assim? Existem outros?
Preciso ler todos!
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